A tônica do evento foi apresentar o modelo de produção sustentável desenvolvida pela Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresis, Nambikwara e Manoki, localizada na aldeia Matsene Kalore, em Campo Novo do Parecis.
O evento contou com a presença de autoridades como a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, general Melo representando a Funai além de secretários de Estado, senadores, deputados estaduais e federais e representantes de 71 etnias brasileiras que buscam através de projetos semelhantes resgatar a dignidade dos povos indígenas. A câmara foi representada pelo presidente Wagner Tavares da Cunha, e os vereadores Marcio do Nascimento, Renata Franco e Rosinha Colombo. A principal demanda dos indígenas da região é o apoio das autoridades, entre elas, a Fundação Nacional do Índio (Funai), para que as comunidades possam plantar em suas terras, defendendo que podem cultivar a terra e a sua tradição e cultura.
O povo Paresi, formado por cerca de 2 mil indígenas, tem se destacado na produção de soja, milho, batata, batata-doce, abóbora, feijão, entre ouros produtos. Na safra 2018/2019, semearam 8,7 mil hectares de soja, mil hectares de milho e 300 hectares de arroz. Para a safrinha, a previsão é de 7,7 mil hectares de milho convencional, 6 mil ha de feijão, 1,4 ha de girassol e 500 ha de milho branco, segundo dados da Cooperativa. O líder indígena paresi, Arnaldo Zunizakae Paresi, fez a entrega de documentos contendo as principais reivindicações da comunidade e a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina assegurou a intenção do Governo Federal em buscar alternativas para que os povos indígenas possam continuar produzindo cada vez mais.
Já o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles destacou que esse encontro demonstrou que os indígenas podem produzir com muita competência, e que pode haver integração entre o agro e suas origens e culturas respeitando o meio ambiente.
O deputado federal José Medeiros afirmou que há anos vem acompanhando o trabalho desenvolvidos pelos índios Paresi. O parlamentar destacou as inúmeras batalhas travadas junto ao Ibama na tentativa de impedir que o órgão inviabilizasse a produção nas terras indígenas.
Ronaldo Paresi, ressaltou que a intenção do evento foi apresentar as autoridades o potencial produtivo em terras indígenas solicitando apoio para viabilizar e desburocratizar o projeto.
Wagner Tavares, presidente do Legislativo, afirmou que este modelo de projeto demonstra as mudanças que o Brasil espera, pois trará dignidade aos povos através do trabalho, produção e fonte de renda.
O vereador Marcio Nascimento também fez questão de ressaltar a importância do evento para a história e que Campo Novo do Parecis pôde sentir-se honrado em sediar o evento.
Rosinha Colombo destacou mais uma vez o pioneirismo de Campo Novo, parabenizando os organizadores e a comunidade indígena Paresi que demonstrou as potencialidades da produção em suas terras.
A vereadora Renata Franco que tem como sua bandeira defender o meio ambiente ficou surpresa em conhecer o projeto e saber que pode ser conciliado trabalho/produção com as culturas indígenas e a natureza, trazendo dignidade a comunidade.
Paulo Nogueira
Ascom - Câmara Municipal CNP/MT
